O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que não há falha do governo em relação à operação para pagar o auxílio emergencial de R$ 600 para trabalhadores sem carteira assinada. Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, o presidente afirmou que "muita gente deu golpe" e que "não existe falha nossa", mas sim "erro do próprio interessado".
"Teve muita gente que deu golpe, teve gente que usou protocolo de filho duas vezes, dois irmãos, um montão de coisa. Tem de ver caso a caso. Mas ninguém fala que 40 milhões receberam. Tem erro também, erro do próprio interessado. Não existe falha nossa", afirmou o presidente.
Desde o lançamento do site e do aplicativo para solicitar o auxílio emergencial, em 7 de abril, muitos trabalhadores têm reclamado de falhas técnicas no acesso, negativas injustificadas, erros na avaliação dos critérios, além de filas nas agências da Caixa para tirar dúvidas ou sacar o dinheiro. Também houve mudança de calendário e atraso no pagamento da segunda parcela, ainda sem data definida.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse nesta semana que 50 milhões de brasileiros já receberam a primeira parcela dos R$ 600, e que 17 milhões de pedidos ainda estão em análise.
De acordo com Bolsonaro, não existe uma falha geral que esteja prejudicando os beneficiários. A fila de análise, segundo ele, é prevista pelo próprio programa.
Questionado sobre a demora do governo para dar uma resposta a esses pedidos, Bolsonaro afirmou que muitas pessoas tentaram dar "golpe" para receber o auxílio sem ter direito.
Apesar de Bolsonaro ter mencionado 7 milhões de pedidos em análise, Guimarães informou um número bem maior, de 17 milhões. O presidente afirmou também que não pode simplesmente liberar o pagamento a todos os interessados, sem a devida análise, para não ser responsabilizado criminalmente.
Militares que receberam são 'jovens do serviço obrigatório'
Bolsonaro também falou que os militares que receberam o auxílio de R$ 600 são "jovens que prestam o serviço militar obrigatório". Segundo ele, quem recebeu o benefício de forma indevida será punido. O governo informou que 73,2 mil militares ativos, inativos, de carreira, temporários, pensionistas, dependentes e anistiados receberam o auxílio, destinado a trabalhadores informais. O Ministério da Defesa disse que as Forças Armadas analisam caso a caso a situação de militares que receberam o auxílio emergencial.
Nenhum comentário registrado.