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24/03/2017

40% dos que tiveram nome sujo atribuem negativação ao desemprego, mostra SPC Brasil

Investimentos e Notícias

Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com consumidores negativados, ou que estiveram nesta situação nos últimos 12 meses, investigou quais são as dívidas em atraso e o que essas pessoas estão fazendo para negociar a dívida e recuperar o crédito. Os dados mostram que quatro em cada dez inadimplentes e ex-inadimplentes (38%) tiveram o nome sujo devido ao desemprego. Outros motivos citados foram diminuição de renda (31%), empréstimo de nome para terceiros (17%) e salário atrasado não pago (10%). O valor médio da dívida de quem está ou esteve com o nome sujo é de 2.918,09 reais, sendo maior entre os homens (3.536,22 reais) e entre as pessoas das classes A e B (3.857,42 reais).

Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, a atual conjuntura econômica faz com que a dificuldade de honrar com todos os compromissos financeiros seja maior. “O cenário de crise resulta em um grande número de desempregados, e os brasileiros em geral estão com menor poder de compra devido à inflação e às altas taxas de juros”, avalia. “Com isso, o consumidor acaba tendo dificuldade para pagar as contas e fica inadimplente. ”

 

Cartão de crédito é principal motivo da negativação

O levantamento indica também que o cartão de crédito é o motivo da inadimplência de metade dos entrevistados (50%), principalmente entre as pessoas com 55 anos ou mais, (66%), seguido de crediários, carnês e cartões de loja (26%) e empréstimos (21%).

Além disso, uma quantidade significativa de pessoas não sabe quantas parcelas contratou no momento de realizar a compra, com destaque para dívidas com cartão de crédito (49%), empréstimos (35%) e crediários, carnês ou cartões de loja (35%). Além disso, 41% de pessoas não sabem quantas parcelas deixaram de pagar do cartão de crédito, 38% contrataram empréstimos e também não tem este conhecimento, assim como 31% dos que possuem dívidas com crediários, carnês ou cartões de loja que ignoram o número de parcelas não pagas.

Sete em cada dez tentam negociar as dívidas com o credor; 45% de quem negociou pagamento parcelado atrasou alguma parcela

Segundo a pesquisa, 69% dos entrevistados tomaram alguma atitude quando descobriram que estavam negativados, sendo que procurar o credor (27%), mudar hábitos para conseguir pagar a dívida (24%) e procurar birôs de crédito (15%) foram as principais. Além disso, sete em cada dez (72%) dos que pagaram ou pretendem pagar tentaram negociar a dívida com o credor, tendo feito 2,3 contatos em média.

Entre aqueles que já tentaram pelo menos uma negociação, 69% garantiram ter se preparado antes de debater com o credor, principalmente pesquisando o valor da dívida e juros cobrados (21%). Sete em cada dez (70%) disseram ter feito algum tipo de contraproposta durante a negociação, como ter sugerido valores menores (27%), valores e quantidade de parcelas diferentes (24%) ou somente outro número de parcelas (18%). Após a negociação, 17% conseguiram desconto adicional para o pagamento integral da dívida à vista, sendo que, em média, o desconto obtido foi de 34% do valor. Entre os que não fizeram contrapropostas (30%), 28% já tinham recebido boas condições, 21% não sabiam se era possível propor algo e 11% consideraram perda de tempo pois o credor não iria aceitar. O principal motivo para aceitar a proposta de negociação foi a redução de forma significativa no valor total da dívida (23%), seguido pelo fato da prestação ter um valor acessível (22%).

A modalidade mais comum escolhida entre os que pagaram ou pretendem pagar a dívida é o pagamento à vista (34%), seguido de parcelamento no carnê ou crediário (28%) e parcelamento no cartão de crédito (10%). Entre os que escolheram pagamento parcelado, 45% estão ao menos com uma parcela em atraso, sendo que 55% não sabem com certeza a quantidade de parcelas que devem. Entre os que sabem, a média é de quase 4. Os principais motivos interrupções dos pagamentos são: desemprego (27%), diminuição de renda (25%) e falta de dinheiro devido à falta de planejamento no orçamento (17%).

Segundo a economista do SPC Brasil, o consumidor deve estar sempre preparado para negociar melhores condições. “Quem conhece a própria realidade financeira e contas em atraso, e está informado sobre condições e taxas de juros tem mais chances de sucesso na negociação”, orienta. Além disso, é preciso analisar a proposta com calma e fazer uma contraproposta, se necessário. “Quem busca o credor para renegociar está mostrando que deseja resolver o problema. Portanto, credor e devedor devem encontrar valores e prazos vantajosos para que o problema não se repita”, completa.

 

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